Quase uma unanimidade, o chocolate é o doce mais popular do mundo. “Quem come um, pede bis”, “mais prazer na sua vida”, “faça uma pausa”. Essas e outras frases de efeito fazem parte de estratégias de investimento de uma indústria que gera, anualmente, US$ 100 bilhões ao redor do mundo.
As escolhas dos consumidores, porém, são apenas o último elo de uma longa cadeia de produção, que tem na sua base a extração do cacau. O fruto não se adapta a todos os climas e, até hoje, é cultivado em poucos lugares no mundo, sobretudo em zonas tropicais, como o Brasil (o sexto produtor), países da América do Sul e Central, e Indonésia. Os responsáveis por mais de 70% da produção, contudo, são países africanos, encabeçados por Gana e Costa do Marfim (o maior produtor mundial).
Muitas das nações acima também apresentam níveis de pobreza extremas que, combinados a um altíssimo interesse comercial de empresas situadas em países ricos, geram situações que de doce têm pouco: desflorestamento, mão de obra mal remunerada (e, em alguns casos, escravidão – inclusive infantil) e casos suspeitos de financiamento de armas, por grandes exportadores, a guerras civis. (…)
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