Emocionante provavelmente não é a primeira palavra que vem à mente quando alguém pensa em geleia. E, talvez, em um teste às cegas, seja difícil reconhecer duas marcas de, digamos, geleias de damasco.
Mas, eis que na Sicília, em um pequeno território quase virgem, a Cava d’Ispica, um vale fluvial recoberto da típica vegetação mediterrânea, nascem frutos tão especiais que dão origem a geleias com personalidade única.
Com destaque aos cítricos, que crescem exuberantes por lá, os sabores são intensos, pouco doces; sentem-se pedacinhos, a textura não tem nada de gelatinoso, é caudalosa como doce feito em casa. E as combinações com ervas, como a erva-doce, ou entre frutas, dão origem a sabores surpreendentemente agradáveis.
Não são geleias fáceis, podem até causar uma certa estranheza a paladares habituados com produtos industrializados, mas uma vez que se compreende a profundidade e a preciosidade desses produtos, tudo fica mais claro.
E, para entender, é necessário conhecer a história de quem os produz. Sanapu é a concretização de uma incontrolável vontade de quatro jovens que decidiram aplicar ao que estava a seu alcance todos os valores considerados importantes: agricultura orgânica, sustentabilidade, valorização dos ingredientes locais, inclusão social.
Só esse espírito audaz e seguro de si explica seus chutneys. Estranhamente fascinantes: quando se espera uma nota doce, chega a salgada; procura-se a acidez mas quem vem é o picante… e, no final das contas, tudo funciona.
Assim, com a incrível capacidade de colocar tanta coisa dentro de cada vidrinho – lindos, por sinal, e até a gráfica é feita por eles – aí sim a ideia de que geleia é sinônimo de mesmice passa e se transforma em profunda admiração. Existe emoção maior?
Mais informações: sanapusicilia.it